sábado, 2 de fevereiro de 2013

Deus, tempo e eternidade (Parte I)

*William Lane Craig

É um grande prazer estar aqui, e fiquei particularmente feliz que Walter tenha mencionado a Sociedade Filosófica Evangélica [Evangelical Philosophical Society]. Deus tem realizado uma obra notável no campo da filosofia no âmbito anglo-americano, e o crescimento da Sociedade Filosófica Evangélica é apenas uma evidência disso. Trouxe comigo alguns exemplares do nosso periódico Philosophia Christi, para quem quiser conhecê-lo mais de perto. Recebemos tanto a membros associados como a membros efetivos na Sociedade. Os dois tipos de membresia incluem uma assinatura do periódico; portanto, convido-os para depois darem uma olhada nele, se tiverem interesse.

Deus, tempo e eternidade (Parte II)

*William Lane Craig

E quanto à temporalidade divina? Permitam-me partilhar com vocês dois argumentos favoráveis à temporalidade divina. O primeiro é o argumento baseado no relacionamento causal de Deus com o mundo. Para entendê-lo, é preciso antes compreender a diferença entre mudança intrínseca e extrínseca. Algo muda intrinsecamente se uma de suas propriedades, isolada do relacionamento com qualquer outra coisa, mudar. Por exemplo, uma maçã durante a maturação muda de verde para vermelho. Essa é uma mudança intrínseca à maçã. Algo muda extrinsecamente se mudar nas suas relações com algo mais. Por exemplo, eu já fui mais alto do que meu filho John, agora sou mais baixo do que ele, não por causa de alguma mudança intrínseca em mim, mas em razão de uma mudança intrínseca nele. Ele ficou mais alto. Eu fiquei mais baixo do que John sofrendo uma mudança extrínseca. Com relação à minha altura, permaneci intrinsecamente imutável, mas sofri uma mudança extrínseca com relação a John, já que agora, devido ao crescimento dele, eu estou numa nova relação, qual seja, menor do que, uma vez que antes eu tinha uma relação diferente com meu filho John, maior do que. Assim, pois, sofri uma mudança relacional ou extrínseca.